Jordans, Yeezys, Dunks, o calendário de lançamentos de modelos, colorways e collabs nunca foi tão recheado e extenso como nos dias de hoje. Não podemos reclamar já que poucos anos atrás para conseguir tais modelos era necessário recorrer a sites de leilão, fóruns ou aqueles amigos que viajavam direto para a gringa.
Com os pontos positivos deixados de lado, surgiram outros problemas: a demanda por esses modelos teve um aumento enorme, o mercado se tornou super aquecido, porém as tiragens continuaram limitadas. Claro que isso é uma estratégia, tanto das marcas e quanto de sites, que ditam tendências e até “monopolizam” o mercado com valores de revenda mesmo antes dos modelos terem sido lançados.
Por mais que fiquemos indignados, esse é o cenário atual mundialmente e não adianta culpar lojas, marcas e revendedores. Estamos inseridos nesse meio que acabou virando um negócio para muita gente.
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Olhando por outro lado, toda essa atenção e energia depositada em certos lançamentos é reflexo de quem consome e deseja esses produtos. Logo se o mundo todo diz que tal tênis é legal, a grande maioria dos consumidores, levados por influenciadores e especulações de mercado, vai achar o mesmo.
Acho que o que falta na real é dar uma refinada no conceito do que é bonito, legal e faz sentido pra você. É cansativo ver que sempre os mesmos modelos figurando entre os mais interessantes, sendo que temos diversos outros, talvez até mais dahora (dependendo do seu gosto), passando batido.
Também entendo que esse tipo de maturidade vem com o tempo e galera mais nova é movida pela emoção. Mas porque muita gente torce o nariz em pagar R$1.300 reais em New Balance 992, feito nos Estados Unidos com materiais e acabamento de primeira, do que mais uma cor das inúmeras do Yeezy 350 V2, fabricado na China em larga escala? Porque muita gente prefere comprar um Jordan 1 com materiais mais ou menos – e combinações de cores até meio sem graça – por R$900 reais, do que uma collab muito bem executada da Asics, por exemplo, em um valor inferior?
Esses porquês são bem pessoais e não existem regras ou fórmulas a seguir, mas entendem em qual o ponto que quero chegar? Não busque aprovação nos outros e sim em você mesmo, se fizer sentido para você, compre e use, do contrário não se sinta pressionado a se encaixar em algo somente porque todos estão fazendo o mesmo.
Todo esse papo não é sobre marcas e modelos, e sim sobre gosto pessoal e sobre o que realmente tem a ver com você. Não seja só mais um nesse meio, se informe, procure, leia, entenda, se permita pensar e consumir diferente.
“Enquanto não pensarmos fora das caixas de tênis ficaremos sempre presos ao que os outros querem que nós achemos legal”